terça-feira, 26 de outubro de 2010
Graça Pizá lança "afetosecretos" em Porto Alegre
“afetosecretos | o vocabulário” vem acompanhado por “afetosecretos | o filme. Livro e filme serão lançados no dia 30 de outubro, a partir das 15h30, no Estande da Corag, durante a Feira do Livro de Porto Alegre.
O Estatuto da Criança e do Adolescente diz, no seu artigo 18: “É dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, aterrorizante, violento ou constrangedor”. A realidade, porém, está bem longe desse ideal, especialmente quando entra em cena a violência sexual contra crianças. E na maioria das vezes, um pesado manto de silêncio abafa qualquer pedido de socorro quando o abuso envolve a relação incestuosa entre pais e filhos. Ultimamente, um número crescente de vozes se levanta contra o sistema familiar que permite e acoberta tão perversa situação. Uma delas é a da psicanalista Graça Pizá, diretora da Clínica Psicanalítica da Violência/Revirança, do Rio de Janeiro.
Agora, o grito de alerta é feito por meio de “afetosecretos | o vocabulário”, novo lançamento da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, pelo selo Imprensa Social, em coedição com a Clínica Psicanalítica da Violência e apoio da Childhood Brasil – entidade que atua com foco na proteção da infância contra o abuso e a exploração sexuais –, a ser realizado neste sábado (30 de outubro), às 15h30, no estande da Corag montado para a Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega. O livro vem acompanhado de um DVD, trazendo “afetosecretos | o filme”, que será exibido na seqüência, às 16h30, no Santander Cultural, Sala Oeste. São duas linguagens diferentes que permitem revelar a tragédia vivida por crianças, vítimas do ato violento e criminoso do incesto. Após a projeção do filme haverá um debate com as psicanalistas Sissi Castiel e Márcia Lisboa dos Santos e a desembargadora Maria Berenice Dias, com a mediação de Gabriella Ferrarese Barbosa.
O livro utiliza conceitos psicanalíticos inspirados em imagens, desenhos, sons e palavras expressados por crianças e adolescentes que sofreram ou ainda sofrem trauma. Segundo Pizá, alguns desses conceitos foram adaptados da teoria de Freud e Lacan, enquanto outros foram criados por ela na tentativa de compreender a secreta comunicação, através da linguagem dos sonhos, própria da criança violentada, como afetosecretos, roboneca, criança-fetiche, mãe-aranha e objeto-fi (fetiche do incesto).
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