quinta-feira, 31 de março de 2011
Drama de religiosos católicos no Japão do século XVII é retratado em “O Silêncio”
Ter o rosto cortado e ficar pendurado de ponta cabeça em um poço fétido enquanto o sangue escorre aos poucos pelo corpo, passar horas em pé em cima de uma pequena pedra ouvindo insultos de uma multidão, ser amarrado em estacas à beira-mar e ficar à mercê da subida da maré durante dias, pisar nas imagens de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Estes são apenas alguns dos martírios a que cristãos foram submetidos no Japão, no século XVII, e relatados em O Silêncio, o mais aclamado romance de Shusaku Endo, livro que chega ao Brasil pela Editora Planeta (R$ 39,90, 272 páginas).
Publicado pela primeira vez em 1966 no Japão, O Silêncio fez grande sucesso e motivou o cineasta Martin Scorsese a escrever um prefácio para a obra. Ele afirma ainda ter a intenção de adaptar a obra para o cinema.
A história acompanha a saga de um missionário idealista, o jesuíta português Sebastião Rodrigues. Ele parte de Lisboa para o Japão após receber a notícia de que Cristóvão Ferreira, seu antigo mentor, enviado para o país pela Companhia de Jesus, teria renunciado à fé após ter sido submetido ao “suplício do poço”.
Para realizar a missão, Rodrigues é obrigado a viver clandestinamente no Japão. Capturado, mantém uma espécie de batalha ideológica e emocional com as autoridades religiosas japonesas, que se utilizam de todos os métodos para fazê-lo desistir da religião.
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