terça-feira, 30 de novembro de 2010
Médicos devem estar atentos à coqueluche, alerta especialista
A pediatra Lucia Bricks, doutora em Medicina pela USP e diretora de Saúde Pública da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, falou sobre a reemergência da doença, controlada nos anos 80 e 90, durante encontro promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Crianças menores de seis meses internadas com problemas nos pulmões, brônquios, bronquíolos, alvéolos devem receber atenção especial dos médicos para um possível diagnóstico de coqueluche. O alerta foi dado pela pediatra Lucia Bricks, diretora de Saúde Pública da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, durante a Conferência Internacional em Epidemiologia EPI 2010, realizada nesta segunda-feira (dia 29) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Ela destacou estudo publicado em novembro de 2010 pelo Pediatric Infectious Diseases Journal, que recomendou aos médicos suspeitarem de coqueluche em crianças menores de seis meses internadas com problemas no trato respiratório inferior.
Por meio de testes laboratoriais, os autores desse trabalho científico realizado na Finlândia demonstraram que 8,5% de 105 crianças nesta faixa etária com suspeita de bonquiolite (infecção nos bronquíolos) apresentavam duas infecções: uma provocada pela Bordetella pertussis (causadora da coqueluche) e outra pelo vírus sincicial respiratório, principal causador da bronquiolite, uma das infecções mais recorrentes em crianças com até dois anos.
A popular “tosse comprida” ocupa hoje o quinto lugar no ranking das doenças evitadas por vacinas que mais causam mortes em crianças menores de cinco anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, atinge cerca de 18 milhões de pessoas por ano, causando 250 mil mortes. Nos últimos cinco anos, os casos triplicaram na América Latina, de acordo com relatório da OMS e da Unicef. Só no Estado de São Paulo, o número de casos confirmados subiu 33% entre 2006 e 2009. Em 2006, houve 96 casos confirmados, contra 128, em 2009.
As crianças menores de um ano são as maiores vítimas da coqueluche. O fator primordial é que elas não têm idade para receber o esquema vacinal completo. Nessa idade, as vias aéreas têm menor calibre e o sistema imunológico ainda é imaturo, o que amplia as chances do desenvolvimento de complicações, como pneumonia e insuficiência respiratória, que freqüentemente levam a internações e podem provocar paradas respiratórias, capazes de deixar sequelas mentais e motoras por causa da falta de oxigenação do cérebro.
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