segunda-feira, 1 de julho de 2013

Obra prima de Alice Hoffman ganha edição brasileira


As mulheres do deserto é baseado em fatos reais e fruto de minuciosa pesquisa histórica que durou cinco anos de trabalho intenso da autora.

Ainda hoje, quem visita o alto de Massada, montanha localizada na Judeia, pode ver as ruínas da fortaleza construída pelo Rei Herodes no século 70 d.C.. Na fortificação, pouco mais de 600 judeus resistiram contra a invasão do Império Romano até que uma legião de milhares de soldados romanos cercou a construção e lutou por semanas até transpor as muralhas da fortaleza. Para surpresa dos legionários, atrás dos muros, era puro silêncio e sangue. Os judeus - frente à inevitável invasão e à consequente escravização de todos que estavam ali – haviam decidido se suicidar coletivamente.

Esse fato histórico serviu de inspiração para a escritora norte-americana Alice Hoffman escrever a sua obra prima: As Mulheres do deserto (Planeta, 480 pp., R$ 49,90). Foram cinco anos de pesquisas antes de ela iniciar o romance que conta a história de quatro dessas mulheres de Massada, as únicas sobreviventes, de acordo com relatos de Flavius Josephus, judeu romanizado e única fonte histórica para o episódio.

Fiel ao seu estilo, Alice Hoffman reconstrói a história a partir das vozes das quatro sobreviventes: Yaeltem, Revka, Aziza e Shirah. As Mulheres do deserto é mesmo uma grande obra. Dá ao leitor a possibilidade de criar imagens mentais magníficas. Cenas solares, de comunhão com a natureza, são sucedidas por episódios muito tristes, de desolação total.

As quatro personagens-narradoras têm em comum a tragédia em meio à aridez do deserto e o fato de, dentro da fortaleza, trabalharem juntas no cuidado dos pombos, responsáveis pela fertilidade da terra que, sem eles, era naturalmente improdutiva.

Yaeltem tem os cabelos da cor do fogo e carrega a culpa por ter sido a responsável pela morte de sua mãe, que se sacrificou para lhe dar a vida. Revka, a viúva de um padeiro, viu sua filha ser assassinada pelos romanos e cria os netos, que ficaram mudos com o trauma. Aziza foi criada como um menino, desenvolveu-se nas artes da guerra até tornar-se uma exímia arqueira – sempre disfarçada de homem -- e apaixonar-se por um guerreiro. Shirah, iniciada logo cedo nos poderes da magia e das plantas medicinais, é uma mulher poderosa que oculta um amor proibido. As quatro lutarão com todas as forças para manter suas crenças, proteger as pessoas que amam e, principalmente, salvar suas vidas. Leia release completo

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