terça-feira, 21 de setembro de 2010

Olhar diferente sobre a filosofia de Nietzsche

“A intrínseca relação entre o pensamento do eterno retorno e a tarefa de transvaloração não foi suficientemente explorada no conjunto dos escritos de Nietzsche. Dentre os intérpretes de sua filosofia há um reconhecimento de que o eterno retorno ocupa um lugar central em sua obra; todavia, raros foram aqueles que começaram a desenvolver a tese de que ele possibilita a realização da transvaloração, muitos os que não viram esta relação e inexistentes os que se detiveram a analisar por que a tarefa somente foi levada a termo em 1888”, afirma o professor Luís Rubira na apresentação da obra. “Nietzsche: do eterno retorno do mesmo à transvaloração de todos os valores”, lançado pela Editora Barcarolla, preenche essas lacunas deixadas por estudiosos que se debruçaram sobre a filosofia do pensador alemão, e até por seus próprios escritos.

O autor defende no livro que a hipótese cronológica do eterno retorno foi justamente o que permitiu a Nietzsche pensar, desde agosto de 1881, em uma tentativa de transvaloração de todos os valores (embora essa expressão tenha sido cunhada somente em 1884), enquanto nova e maior medida de valor, que possibilitaria mudar todos os valores até então existentes. Para chegar a essa conclusão, foram analisadas as obras de diversos estudiosos de Nietzsche e todos os escritos do filósofo, publicados ou fragmentos póstumos, assim como todas as suas ideias – as claramente explicitadas e as por serem ainda elaboradas.

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