“Piscina (sem água)” foto de Daniel Spalato
Uma artista plástica bem-sucedida convida seus amigos – todos artistas alternativos – para uma festa em sua nova mansão. No auge da celebração, ela sofre um acidente, entra em coma e desperta em seus convidados a idéia de transformar seu corpo em obra de arte. Este é o ponto de partida de “Piscina (sem água)” que estreia em 7 de agosto (sábado) no Teatro Cultura Inglesa-Pinheiros, sob direção de Felícia Johansson. Escrito pelo dramaturgo inglês Mark Ravenhill, o espetáculo será encenado por Ester Laccava, Einat Falbel, William Ferreira e William Amaral. No mês de maio passado, ao ser apresentada pela primeira vez no Brasil, a peça recebeu o prêmio de teatro adulto do 14º Cultura Inglesa Festival.
Com uma fluidez hipnótica, o espetáculo questiona os limites da arte, o vazio da sociedade consumista e a fragilidade das relações humanas, corroídas pela inveja e o ressentimento. Calcada em uma narrativa clara e coesa, a peça tem uma estrutura radicalmente livre: não há personagens fixos e as falas podem ser ditas por qualquer ator.
Felícia Johansson empresta à montagem uma concepção extremamente plástica e coreográfica. Em cena, os atores vão movimentar painéis que ora funcionam como biombos para velar os procedimentos médicos, ora evocam os espaços citados no texto – o hospital, a mansão e a piscina. Sobre esses painéis serão projetadas fotos e imagens, captadas pelos personagens no processo de transformar em arte o corpo da anfitriã e seu sofrimento.
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